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Projetos de Estudantes (em andamento)

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IMAGENS DOS ASURINI DO XINGU: CURADORIA DO ACERVO FOTOGRÁFICO DE UM POVO INDÍGENA AMAZÔNICO

Início 2021

Ana Carolina Pais Pellegrini

O presente projeto de pós-graduação consiste na continuidade da pesquisa de Iniciação Científica desenvolvida entre 2016 e 2018 sob o mesmo título. O objetivo deste trabalho foi catalogar e analisar, em termos qualitativos e quantitativos, o conjunto de imagens fotográficas produzidas pela pesquisadora Fabíola Andréa Silva, atual docente do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, no contexto da realização de pesquisas etnoarqueológicas com o povo indígena Asuriní do Xingu (T.I. Koatinemo, Altamira, Pará) desde 1996 até o presente. Esta coleção é composta de aproximadamente 17.000 fotografias, sendo 76,5% deste total referentes a um projeto intitulado “Território e História dos Asuriní do Xingu”, que consistiu em atividades de prospecção arqueológica nas aldeias Asuriní abandonadas pelos indígenas desde antes do contato com os brancos, a fim de resgatar elementos de sua história e memória coletiva – trabalho realizado de forma colaborativa. Pretende-se, pela curadoria deste material, evidenciar: (1) as transformações nos modos de vida Asuriní ocorridas durante o período em que as imagens foram produzidas, ou seja, como as imagens mostram uma história Asuriní, e (2) como as imagens revelam a mudança do olhar da pesquisadora frente à sua prática em campo, e as razões disso. Argumentando que as fotografias nos museus etnográficos são objetos das coleções – e não complementos ilustrativos aos objetos, a pesquisa será desenvolvida a partir de uma metodologia
pertencente aos campos da museologia, antropologia visual e da etnologia indígena.

O LICENCIAMENTO ARQUEOLÓGICO EM TERRITÓRIOS INDÍGENAS: PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO OU DESPOJOS DE GUERRA?Início 2018

Msc. Francisco Forte Stuchi

É cada vez mais evidente que desde cinco séculos atrás até o presente, e considerando o processo de formação da sociedade nacional, as relações entre colonizadores e povos nativos das Américas foram marcadas por genocídios, esbulhos de territórios e outras formas de violência. A trajetória histórica do Brasil foi marcada por inúmeras perdas humanas, ambientais e pela resistência e agência indígena. Tais eventos e conjunturas desencadearam pressões sociais e políticas que resultaram, entre meados do século XX e início do XXI, na criação de um conjunto de leis voltadas às questões socioculturais e ambientais. Contudo, conflitos envolvendo tais temas persistem até os dias de hoje, apresentando-se em diferentes formas e mecanismos para continuar atendendo os interesses colonialistas. Dentro desse contexto, este projeto tem como objetivo analisar quanti-qualitativamente processos de licenciamento ambiental com ênfase no componente arqueológico em territórios indígenas no Estado de Mato Grosso; e a partir de diferentes estudos de caso examinar nos procedimentos administrativos e na legislação elementos colonialistas que subsidiem a leitura da noção de Patrimônio Arqueológico enquanto despojos de guerra contemporâneos.

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TRAMAS DA TECNOLOGIA: ETNOARQUEOLOGIA E VARIABILIDADE DOS TRANÇADOS WAIWAI

Início 2017

Igor Rodrigues/Bolsista FAPESP (Processo n. 2017/13343-4)

Trançados são objetos fundamentais em atividades básicas de transporte e processamento de alimentos para os povos ameríndios, além de ocuparem uma posição de destaque no seu pensamento e cosmologia, expressando e agenciando preceitos estéticos e visões de mundo. Esses objetos oferecem excelentes oportunidades para estudos sobre variabilidade artefatual, embora sejam ainda pouco abordados em estudos arqueológicos e etnoarqueológicos. Visando contribuir para a produção de conhecimento sobre esse conjunto artefatual, o projeto tem como objeto investigar as técnicas de produção dos trançados do povo Waiwai situado ao longo do rio Mapuera, noroeste do estado do Pará. Trata-se de um povo de língua Karib, cujo contexto multiétnico apresenta um grande desafio para tratar as múltiplas dimensões que compõem as tramas da tecnologia.

A TERRA INDÍGENA DOS ASURINI DO XINGU: IMAGENS, DOCUMENTOS E NARRATIVAS SOBRE UM TERRITÓRIO INDÍGENA AMAZÔNICO

Início 2020

Beatriz Akemi Kotsubo

Este projeto de Iniciação Científica integra as atividades do projeto intitulado Arqueologia do Colonialismo e Da Contemporaneidade na Amazônia: Território, Materialidade, Memória e Dinâmica Cultural dos Asurini do Xingu, desenvolvido pela Profª Drª Fabíola Andréa Silva, e tem por objetivo se debruçar no assunto da territorialidade e da transformação da paisagem e do meio ambiente na Terra Indígena Koatinemo, levando em consideração o impacto da construção da Usina Belo Monte. Esta pesquisa também visa contribuir para o debate do que se convencionou chamar de antropologia/arqueologia do antropoceno. Esta noção é empregada para refletir sobre a intensidade das ações humanas sobre o meio ambiente, em uma escala global, e em termos do impacto dessas ações no Sistema da Terra. Dessa forma, esse projeto pretende realizar 1) uma pesquisa bibliográfica e documental que investigue as consequências da construção da usina hidrelétrica Belo Monte na relação dos Asurini com o território, paisagem, memória e dinâmica cultural; 2) uma pesquisa imagética analisando tanto imagens do acervo fotográfico dos Asurini do Xingu, produzido pela Profª Drª Fabíola Andréa Silva quanto imagens de satélite que permitem monitorar possíveis fenômenos como desmatamento, expansão agropecuária, invasão extrativista, queimadas, etc.

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OBJETOS DISTRIBUÍDOS DO BAIXO AMAZONAS: UM ESTUDO DA CERÂMICA KONDURI

Início 2016

Marcony Lopes Alves

O projeto apresenta uma proposta de análise tecnológica e icnográfica de coleções da cerâmica arqueológica Konduri. O objetivo da pesquisa é caracterizar essa cerâmica, em termos de técnicas de produção, morfologia, motivos gráficos e figurações, na tentativa de compreender suas características singulares e o que foi chamado de “combinação” ou “influência” da cerâmica Santarém. As cerâmicas Konduri e Santarém são encontradas em uma área contígua do Baixo Amazonas, compartilham a ênfase em modelagens e são datadas entre os séculos XI e XV AD, sendo que seus produtores entraram em contato com os primeiros colonizadores. A Etno-história do Baixo Amazonas e das Guianas sugere que os coletivos indígenas da região, à época do contato, conectavam-se numa ampla rede de circulação de coisas e pessoas. Fragmentos cerâmicos característicos de uma ou de outra cerâmica tem sido usados como sugestões de trocas de objetos e/ou de informações entre os povos indígenas da região. Essa questão ainda não foi discutida com profundidade, apesar de figurar em muitas das pesquisas realizadas, desde o início do século passado. A presente pesquisa se beneficia da proposta de Alfred Gell no que se refere à noção de “objeto distribuído” tratando o conjunto artefatual atribuído ao estilo Konduri como sendo um feixe de relações, uma conexão de diferentes artefatos. Essa noção enfatiza o estudo das redes de variação e transformação de atributos dos artefatos, sem pressupor unidades homogêneas ou fechadas em si mesmas.

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PASSADO E PRESENTE NA PAISAGEM: TEMPORALIDADE NA PAISAGEM QUILOMBOLA NO ARQUIPÉLAGO DE TINHARÉ, MUNICÍPIO DE CAIRU/BA

Início 2016

Fabio Guaraldo Almeida

Registros históricos apontam o arquipélago de Tinharé, município de Cairu, estado da Bahia, como um dos locais onde a característica insular proporcionou condição favorável à formação de quilombos, no período Colonial. Este legado resultou em um município formado atualmente por uma maioria de afrodescendentes e quase uma dezena de comunidades auto-reconhecidas quilombolas. Entender a dinâmica de formação, transformação e permanência dessa paisagem quilombola ao longo do tempo é o principal objetivo deste projeto. Para isso, será desenvolvida uma etnoarqueologia da paisagem (LANE, 2006) que, através do trabalho etnográfico e do levantamento de narrativas orais, pretende compreender o modo como a comunidade de Galeão localizada na ilha de Tinharé concebem esta paisagem em termos dos seus significados e temporalidades. A partir desta abordagem etnoarqueológica será realizado um trabalho de prospecção, mapeamento e escavação arqueológica dos sítios existentes nesta paisagem, com foco principal naqueles relacionados com a história quilombola regional, incluindo os quilombos antigos que hoje não são mais habitados. A presença destes sítios revela uma paisagem historicamente desenhada pela territorialidade quilombola ao longo do tempo. A partir destes dados pretende-se estabelecer elementos comparativos entre aspectos da territorialidade do passado e do presente, para pensar os fatores de continuidade e transformação nesta paisagem quilombola regional. Assim, este estudo pretende contribuir para: 1) os debates arqueológicos sobre as histórias regionais das populações afrodescendentes no Brasil; 2) as reflexões sobre as práticas arqueológicas que se pretendem descolonizadoras na contemporaneidade.

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