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Projetos de Pesquisadores (em andamento)

PROJETO COMPLEXO ARQUEOLÓGICO VENTARRÓN COLLUD NOS ESTUDO SOBRE O SURGIMENTOS DOS PRIMEIROS "ESTADOS" DO FORMATIVO SUL-AMERICANO

2008-atual

Marcia Maria Arcuri Suñer

O projeto busca compreender os processos de complexificação que caracterizaram o surgimento dos primeiros "Estados" da costa norte peruana, a partir dos dados contextuais e de escavações realizadas no contexto do complexo arqueológico Huaca Ventarrón - Collud Zarpan. Trata-se de pesquisa de natureza interdisciplinar que conta com a colaboração com pesquisadores e pós-graduandos brasileiros, sob nossa coordenação e a direção dos arqueólogos Ignácio Alva Meneses e Dr. Walter Alva, Diretor do Museu Tumbas Reales de Sipán.

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PAISAGEM, TERRITÓRIO E HISTÓRIA INDÍGENA NA ALDEIA LALIMA, MIRANDA/MS: UM ESTUDO ARQUEOLÓGICO E ETNOARQUEOLÓGICO

2017-2018

Eduardo Bespalez

De acordo com pesquisas arqueológicas e etnoarqueológicas, a Aldeia Lalima – uma Terra Indígena na margem direita do rio Miranda, município de Miranda, Pantanal de Mato Grosso do Sul – vem sendo ocupada por populações indígenas diversas desde antes da chegada dos europeus. O contexto etnográfico, documentado a partir do séc. XIX, é constituído principalmente por índios Guaikuru, Terena, kinikinao e Laiana. Além dos sítios e materiais associados ao contexto etnográfico, o contexto arqueológico é formado por registros de povos Guarani e dos portadores da tecnologia ceramista definido como Fase Jacadigo da Tradição Pantanal, datados em aproximadamente mil anos atrás. Entre outras questões, os contextos arqueológicos e etnográficos verificados na Aldeia indicam que a paisagem contingente tem sido culturalmente construída, transformada e idealizada pelas populações indígenas, em conjunto com o processo de formação territorial, desde a pré-história. Assim, pretendo investigar, por meio de abordagens arqueológicas e etnoarqueológicas, os significados históricos e culturais dos registros materiais e simbólicos, arqueológicos e etnográficos, associados à dinâmica da paisagem e, consequentemente, à formação do território. No que se refere à arqueologia, realizarei atividades de coleta, com auxílio dos índios, e análises dos materiais e dos dados recolhidos, com o objetivo de estudar as transformações da paisagem e das formações territoriais a partir dos contextos arqueológicos, da variabilidade artefatual, da cronologia de ocupação e das vozes indígenas. Quanto à etnoarqueologia, manterei interlocuções sobre patrimônio, memória, identidade, territorialidade e paisagem, principalmente junto aos anciões da Aldeia, tendo em vista a elaboração de um levantamento dos lugares mencionados e o estudo detalhado daqueles apontados como mais significativos em termos etno-históricos e territoriais. Palavras-chave: Paisagem, território, história indígena, Aldeia Lalima, Miranda/Pantanal/MS, arqueologia e etnoarqueologia.

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TERRITÓRIO E MEMÓRIA NA T. I. XOKLENG

2013-atual

Juliana Salles Machado

O presente projeto visa entender a história de formação do território Xokleng em Santa Catarina. Os Xokleng são povos indígenas falantes de uma língua da família Jê e atualmente habitam a T.I. Ibirama-La Klãnõ no bioma da mata atlântica, inserida no vale do Itajaí. Historicamente o território tradicional reconhecido dos Jê do sul se estende desde o sul do estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul, ocupando tanto as partes altas do planalto quanto os vales e costa destes estados. Os Xokleng foram contatados tardiamente e documentados pelo seu alto grau de mobilidade, pela ausência de assentamentos de maior densidade e permanência e pela ausência de produção cerâmica, tendo sido identificados como caçadores-coletores. No entanto, mais recentemente tal visão foi revista e tal forma de organização social e econômica passou a ser entendida como resposta a uma desestruturação decorrente do contato. Mas a mobilidade e uso do território Xokleng, permaneceu sendo uma questão importante na compreensão de sua trajetório histórica, tendo alguns autores proposto sucessivas ondas de desterritorialização deste grupo. Arqueologicamente ainda não se tem uma visão clara dos registros relacionados a este povo, devido a variabilidade de formas de ocupação do espaço e semelhança tecnológica com vestígios Kaingang. O território Xokleng, sua históra de formação, forma de ocupação e manejo, apropriação e conceptualização pelos povos que nele habitam é o nossotema de pesquisa. A co-existência de trajetórias históricas particulares neste território e o conhecimento deste palimpsesto de ocupações e reocupações é o cerne desta pesquisa, dialogando assim com as pesquisas em terras indígenas praticadas por Silva (2012, 2011, 2009) e Silva et al (2010, 2007). Esta pesquisa arqueológica será praticada de forma colaborativa com os Xokleng, prática científica que tem se mostrado uma importante ferramenta na construção de discursos multivocais, permitindo assim a formação e a incorporação de distintas noções de tempo, espaço, história e memória. Sua realização nos oferece uma oportunidade ímpar na formação de noções mais inclusivas acerca do que é patrimônio cultural e de como ele pode ser vivenciado, preservado, usufruído e gerenciado. Este projeto tem o potencial de contribuir tanto para o aprofundamento do conhecimento acerca das populações indígenas pré-coloniais do sul do país, como para a construção de visões alternativas acerca do patrimônio arqueológico, suas formas de identificação, preservação, fruição e interpretação.

Apoio: FAPESP

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