LINTT
Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Tecnologia e Território
Projetos de Pesquisadores
Projetos em andamento
PROJETO COMPLEXO ARQUEOLÓGICO VENTARRÓN COLLUD NOS ESTUDO SOBRE O SURGIMENTOS DOS PRIMEIROS "ESTADOS" DO FORMATIVO SUL-AMERICANO.
2016-atual.
coordenadora: Profa. Dra. Marcia Arcuri
Este projeto visa investigar (etno)arqueologicamente a área do complexo de sítios denominados Huaca Ventarrón, Arenal e Collud, localizado no vale de Lambayeque, na costa norte do Peru. Este projeto, de abrangência internacional, tem os seguintes objetivos específicos: refinamento cronológico e de fronteiras regionais (p.ex. análise de isótopos de estrôncio em amostras esqueletais humanas e faunísticas; análise morfológica, iconográfica e de padrões deposicionais da cultura material arqueológica; estudos estratigráficos e arquitetônicos comparativos; arqueometria); estudo antropológico das mudanças climáticas e da paisagem (p.ex. etnografia das respostas da popula-
ção local para as variações climáticas; etnoclimatologia; etnoecologia interações paisagísticas; narrativas orais sobre as mudanças climáticas); reconstruções paleoambientais (sedimentologia; palinologia; análise de fitólitos; análise de macrovestígios vegetais; antracologia); definição dos sistemas de sítio (estudo e definição de uma tipologia de sítios; mapeamento da inclusão e distribuição de sítios nos sistemas do vale de Lambayeque).
Bibliografia produzida.
FAGUNDES, M. e ARCURI, M.
FAGUNDES, M. ; ARCURI, M. M. ; GONTIJO, B. M. ; VASCONCELOS, A. M. C. ; BUENO, F. B. B. ; MAFRA, L. F. R. O.
As estruturas arqueológicas em Cerro Ventarrón - marcos sociogeográficos, lugares e paisagem durante o Formativo Inicial, Lambayeque, Peru. Revista Espinhaço, v. 8, p. 13-24, 2019.
Arqueologia e histórias de vida: pesquisa arqueológica colaborativa na Terra Indígena Tupinambá de Belmonte (BA).
2023-atual
Coodenadora: Profa. Dra. Lorena Garcia
Descrição: Este projeto propõe a realização de pesquisa arqueológica colaborativa na Terra Indígena Tupinambá de Belmonte, situada no extremo sul da Bahia. A proposta surge de uma demanda feita pelos Tupinambá, os quais propuseram o estudo dos sítios arqueológicos em seu território. Trata-se, sobretudo, da realização de levantamento arqueológico em terra indígena, pautado nos pressupostos das arqueologias colaborativas; arqueologia do presente e etnografiaarqueológica. Espera-se com essa pesquisa produzir conhecimento sobre a ancestralidade indígena da T.I.; contribuir para a formação de pesquisadores indígenas e autonomia dessas populações nagestão de seu próprio patrimônio cultural; e como arqueóloga,
refletir criticamente sobre a ideologia de ?índios misturados? ligada às situações de contato e colonialismo vivenciadas pelos povos indígenas do Nordeste brasileiro, e repensar o modo como as narrativas arqueológicas afetam a vida das populações contemporâneas e vice-versa.
Projetos encerrados
TERRITÓRIO E MEMÓRIA NA T. I. XOKLENG.
2013-2016.
Coodenadora: Juliana Salles Machado
O presente projeto visa entender a história de formação do território Xokleng em Santa Catarina. Os Xokleng são povos indígenas falantes de uma língua da família Jê e atualmente habitam a T.I. Ibirama-La Klãnõ no bioma da mata atlântica, inserida no vale do Itajaí. Historicamente o território tradicional reconhecido dos Jê do sul se estende desde o sul do estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul, ocupando tanto as partes altas do planalto quanto os vales e costa destes estados. Os Xokleng foram contatados tardiamente e documentados pelo seu alto grau de mobilidade, pela ausência de assentamentos de maior densidade e permanência e pela ausência de produção cerâmica, tendo sido identificados como caçadores-coletores. No entanto, mais recentemente tal visão foi revista e tal forma de organização social e econômica passou a ser entendida como resposta a uma desestruturação decorrente do
do contato. Mas a mobilidade e uso do território Xokleng, permaneceu sendo uma questão importante na compreensão de sua trajetório histórica, tendo alguns autores proposto sucessivas ondas de desterritorialização deste grupo. Arqueologicamente ainda não se tem uma visão clara dos registros relacionados a este povo, devido a variabilidade de formas de ocupação do espaço e semelhança tecnológica com vestígios Kaingang. O território Xokleng, sua históra de formação, forma de ocupação e manejo, apropriação e conceptualização pelos povos que nele habitam é o nossotema de pesquisa. A co-existência de trajetórias históricas particulares neste território e o conhecimento deste palimpsesto de ocupações e reocupações é o cerne desta pesquisa, dialogando assim com as pesquisas em terras indígenas praticadas por Silva (2012, 2011, 2009) e Silva et al (2010, 2007). Esta pesquisa arqueológica será praticada de forma colaborativa com os Xokleng, prática científica que tem se mostrado uma importante ferramenta na construção de discursos multivocais, permitindo assim a formação e a incorporação de distintas noções de tempo, espaço, história e memória. Sua realização nos oferece uma oportunidade ímpar na formação de noções mais inclusivas acerca do que é patrimônio cultural e de como ele pode ser vivenciado, preservado, usufruído e gerenciado. Este projeto tem o potencial de contribuir tanto para o aprofundamento do conhecimento acerca das populações indígenas pré-coloniais do sul do país, como para a construção de visões alternativas acerca do patrimônio arqueológico, suas formas de identificação, preservação, fruição e interpretação.
Apoio: FAPESP
Bibliografia produzida.
BUENO, L. M. R. ; MACHADO, J. S.
Machado, J. S; TSCHUCAMBANG, C; FONSECA, J. R.
Machado, J. S.
PAISAGEM, TERRITÓRIO E HISTÓRIA INDÍGENA NA ALDEIA LALIMA, MIRANDA/MS: UM ESTUDO ARQUEOLÓGICO E ETNOARQUEOLÓGICO.
2017-2018
Coordenador: Prof. Dr. Eduardo Bespalez
De acordo com pesquisas arqueológicas e etnoarqueológicas, a Aldeia Lalima – uma Terra Indígena na margem direita do rio Miranda, município de Miranda, Pantanal de Mato Grosso do Sul – vem sendo ocupada por populações indígenas diversas desde antes da chegada dos europeus. O contexto etnográfico, documentado a partir do séc. XIX, é constituído principalmente por índios Guaikuru, Terena, kinikinao e Laiana. Além dos sítios e materiais associados ao contexto etnográfico, o contexto arqueológico é formado por registros de povos Guarani e dos portadores da tecnologia ceramista definido como Fase Jacadigo da Tradição Pantanal, datados em aproximadamente mil anos atrás. Entre outras questões, os contextos arqueológicos e etnográficos
verificados na Aldeia indicam que a paisagem contingente tem sido culturalmente construída, transformada e idealizada pelas populações indígenas, em conjunto com o processo de formação territorial, desde a pré-história. Assim, pretendo investigar, por meio de abordagens arqueológicas e etnoarqueológicas, os significados históricos e culturais dos registros materiais e simbólicos, arqueológicos e etnográficos, associados à dinâmica da paisagem e, consequentemente, à formação do território. No que se refere à arqueologia, realizarei atividades de coleta, com auxílio dos índios, e análises dos materiais e dos dados recolhidos, com o objetivo de estudar as transformações da paisagem e das formações territoriais a partir dos contextos arqueológicos, da variabilidade artefatual, da cronologia de ocupação e das vozes indígenas. Quanto à etnoarqueologia, manterei interlocuções sobre patrimônio, memória, identidade, territorialidade e paisagem, principalmente junto aos anciões da Aldeia, tendo em vista a elaboração de um levantamento dos lugares mencionados e o estudo detalhado daqueles apontados como mais significativos em termos etno-históricos e territoriais.
Bibliogafia produzida
Bespalez, E.
Conservação Arqueológica: Uma Reflexão a partir de estudos de caso no Brasil.
2014-2018
Coodenadora: Profa. Dra. Silvia Cunha Lima
A partir de estudos de caso no contexto brasileiro, pretende-se refletir sobre os referenciais teóricometodológicos da ciência da Conservação e sua aplicação nas diferentes etapas da pesquisa (em campo e laboratório) e gestão do registro arqueológico. A partir dessa reflexão, almeja-se contribuir para o aprimoramento da relação entre conservadores e arqueólogos, propondo estratégias e ações relativas ao campo da conservação, adequadas à pesquisa arqueológica em nosso país.
Bibliografia produzida
CUNHA LIMA, S; SILVIA, F. A.
SILVA, F. A; CUNHA LIMA, S.